sábado, 11 de julho de 2015

A (falta de) sabedoria dum progressista

A (falta de) sabedoria dum progressista


Já não é de agora que vemos e ouvimos falar da necessidade de nós, cristãos, demonstrarmos mais amor, mais tolerância e menos ódio pelo nosso próximo. É claro que esse discurso agrada os mais desavisados, sob o pretexto de que assim estaremos refletindo o verdadeiro caráter de Cristo. Logo, ser cristão, na cabeça de alguns teólogos e líderes, está mais para ser “progressista” que conservador, no melhor (ou pior) estilo aquariano do "Peace and Love".

Para o renomado Pr. René Kivitz, um cristão não pode abordar práticas pecaminosas e imorais com “um discurso de confronto”, mas com “um discurso de reconciliação”. Deve sim, “valorizar os movimentos sociais”, “a liberdade de consciência”, “a separação entre Igreja e Estado”, “a valorização dos direitos individuais”, “a luta pela liberdade de expressão”…. Pobre João Batista, sem vivesse em nossos dias.

No entendimento do prestigiado e “sábio” Pr. Kivitz, a atitude do Dep. Eduardo Cunha (que é evangélico) de afirmar que a discussão sobre o aborto só ocorreria “sobre seu cadáver” e colocar-se contrário ao casamento gay e a favor da redução da maioridade penal, além de divulgar abertamente sua “agenda da família”, é o “tipo de posicionamento (que) jamais deveria ocorrer, e (que) não coopera em nada com o amadurecimento de uma sociedade democrática”. Foi o que ele, Kivitz, afirmou em sua entrevista à BBC.

Bem, já ficou mais que evidente que, sim: o Pr. René Kivitz é um autêntico “cristão progressista”, pois, como vimos, o importante é cooperar “com o amadurecimento de uma sociedade democrática” ainda que isso signifique cooperar com o aborto, o “casamento gay” e a destruição da família tradicional! Ser um cristão autêntico é fazer parte de uma minoria e (por que não?) identificar-se até com os movimento LGBT, das mulheres (entenda, feministas) e dos sem-terra.

É bem verdade que o (in)digníssimo Kivitz não está sozinho nessa “onda progressista”, conforme já denunciava o irmão Júlio Severo, em seu artigo intitulado “Evangélicos progressistas, evangelicais ou encaPeTados?”. Fazem (ou faziam) parte dessa lista os pastores evangélicos, Ricardo Gondim, Ariovaldo Ramos, Levi Correa, Carlos Bezerra e Caio Fábio (que não deve ser chamado de pastor, nem quer ser chamado de evangélico) e Robinson Cavalcanti (já falecido). Há ainda o teólogo católico Leonardo Boff, esquerdista por natureza e, não por acaso, a maior voz católica da marxista Teologia da Libertação.

Porém, o que esses líderes cristãos parecem não se dar conta é do fato de que os ideais progressistas empurram o Cristianismo para o lixo. Na verdade, a visão progressista leva o cristão a deixar de servir a Deus para servir ao homem. Nesse ponto, mostra-se inconcebível a ideia de alguém ser cristão e progressista ao mesmo tempo, ficando fácil encaixarmos os nada sábios progressistas no texto da carta do sábio apóstolo Paulo aos cristãos romanos: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.”(Rm 1:22)

O desejo de colocar o homem no centro terminar por aniquilar toda e qualquer ideia de ter Cristo no centro. Daí, a necessidade deles de afastar Deus do Estado. É mais que Estado laico e engana-se também quem acredita que querem instalar um Estado ateu: a ideia é ainda mais sórdida. É colocar o homem no lugar de Deus, uma espécie de antropocentrismo estatizado. E é isso que se vê na forma esquerdopata de fazer política.

Com isso, com o apoio do Estado, a busca da felicidade humana não encontra limites. O hedonismo passa a ser item necessário ao homem moderno, e este, livre de qualquer regra moral, passa a relativizar o certo e o errado. Tudo isso em busca do prazer.

E, como palavras sem fatos parecem não ter força, a prova de que esse relativismo moral apoiado pelos ideais progressistas já está sendo posto em prática é o que o Governo Federal, em seu perfil no Facebook, o “Humaniza Redes”, postou numa foto onde constava o seguinte texto:

“Mito: Toda pessoa que abusa de uma criança ou adolescente é pedófilo.
Verdade: Nem todas. A pedofilia é um transtorno de personalidade caracterizado pelo desejo sexual por crianças pré-púberes, geralmente abaixo de 13 anos. Para que uma pessoa seja considerada pedófila, é preciso que exista um diagnóstico de um psiquiatra. Muitos casos de abuso e exploração sexual são cometidos por pessoas que não são acometidas por esse transtorno. O que caracteriza o crime não é a pedofilia, mas o ato de abusar ou explorar sexualmente uma criança ou um adolescente”.


Qualquer estudante percebe que o texto afirma existir dois tipos de abusadores: o criminoso, que abusa ou explora porque quer, sem qualquer “desejo sexual” e o doente, o pobre coitado que sente o desejo, mas não consegue controlá-lo e, portanto, deve ser inocentado, presume-se!

Ora, o texto não é novo e ainda encontra-se disponível na famigerada “Cartilha Educativa da Campanha de Prevenção à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes” (http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/sedh/cartilha_educativa.pdf). Lá, ainda é possível encontrar uma enxurrada de mentiras à moda esquerdista progressista, entre outras balelas.

A postagem na forma de foto foi excluída rapidamente da internet após uma chuva de críticas. No lugar disso, o Governo buscou se retratar postando outra foto afirmando que o “Humaniza Redes defende um mundo sem violência sexual”. Tal frase não reproduz a real intenção do Governo petista que apoia e incentiva adolescentes a violentarem seus corpos, permitindo que escolham ao seu bel prazer mudarem de sexo. Governo este que diz ser contra a violência sexual, mas apoia a erotização de crianças e adolescentes sob o pretexto de promover a liberdade sexual de impúberes, expondo-os paradoxalmente à violência. Que alardeia defender a dignidade da pessoa, mas trabalha arduamente para aprovar leis abortistas. Governo que não mede esforços para satisfazer os desejos de seus apoiadores, mas ataca todo e qualquer que cruze seu caminho, tachando-o de fundamentalista, abjeto, homofóbico, intolerante, opressor etc.

E os “cristãos progressistas”, onde estão? No mesmo lugar de sempre, passivos, calados ante a toda essa perversão, porém, ativos, alertas, prontos para atacar aqueles que tem coragem, bom senso e um mínimo de temor a Deus e se levantam contra todas essas sandices. Aliás, temor a Deus é o que, de fato, “cristãos progressistas” parecem não ter! Sim, porque está escrito que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” e sabedoria é algo que eles demonstram não ter nem um pouco. Não mesmo!