A (falta de) sabedoria dum progressista
Já não é de agora que
vemos e ouvimos falar da necessidade de nós, cristãos,
demonstrarmos mais amor, mais tolerância e menos ódio pelo nosso
próximo. É claro que esse discurso agrada os mais desavisados, sob
o pretexto de que assim estaremos refletindo o verdadeiro caráter de
Cristo. Logo, ser cristão, na cabeça de alguns teólogos e líderes,
está mais para ser “progressista” que conservador, no melhor (ou pior) estilo aquariano do "Peace and Love".
Para o renomado Pr. René
Kivitz, um cristão não pode abordar práticas pecaminosas e imorais
com “um discurso de confronto”, mas com “um discurso de
reconciliação”. Deve sim, “valorizar os movimentos sociais”,
“a liberdade de consciência”, “a separação entre Igreja e
Estado”, “a valorização dos direitos individuais”, “a luta
pela liberdade de expressão”…. Pobre João Batista, sem vivesse
em nossos dias.
No entendimento do
prestigiado e “sábio” Pr. Kivitz, a atitude do Dep. Eduardo
Cunha (que é evangélico) de afirmar que a discussão sobre o aborto
só ocorreria “sobre seu cadáver” e colocar-se contrário ao
casamento gay e a favor da redução da maioridade penal, além de
divulgar abertamente sua “agenda da família”, é o “tipo de
posicionamento (que) jamais deveria ocorrer, e (que) não coopera em
nada com o amadurecimento de uma sociedade democrática”. Foi o que
ele, Kivitz, afirmou em sua entrevista
à BBC.
Bem, já ficou mais que
evidente que, sim: o Pr. René Kivitz é um autêntico “cristão
progressista”, pois, como vimos, o importante é cooperar “com o
amadurecimento de uma sociedade democrática” ainda que isso
signifique cooperar com o aborto, o “casamento gay” e a
destruição da família tradicional! Ser um cristão autêntico é
fazer parte de uma minoria e (por que não?) identificar-se até com
os movimento LGBT, das mulheres (entenda, feministas) e dos
sem-terra.
É bem verdade que o
(in)digníssimo Kivitz não está sozinho nessa “onda
progressista”, conforme já denunciava o irmão Júlio Severo, em
seu artigo intitulado “Evangélicos
progressistas, evangelicais ou encaPeTados?”. Fazem (ou faziam)
parte dessa lista os pastores evangélicos, Ricardo Gondim, Ariovaldo
Ramos, Levi Correa, Carlos Bezerra e Caio Fábio (que não deve ser
chamado de pastor, nem quer ser chamado de evangélico) e Robinson
Cavalcanti (já falecido). Há ainda o teólogo católico Leonardo
Boff, esquerdista por natureza e, não por acaso, a
maior voz católica da marxista Teologia da Libertação.
Porém, o que esses
líderes cristãos parecem não se dar conta é do fato de que os
ideais progressistas empurram o Cristianismo para o lixo. Na verdade,
a visão progressista leva o cristão a deixar de servir a Deus para
servir ao homem. Nesse ponto, mostra-se inconcebível a ideia de
alguém ser cristão e progressista ao mesmo tempo, ficando fácil
encaixarmos os nada sábios progressistas no texto da carta do sábio
apóstolo Paulo aos cristãos romanos: “Dizendo-se sábios,
tornaram-se loucos.”(Rm 1:22)
O desejo de colocar o
homem no centro terminar por aniquilar toda e qualquer ideia de ter
Cristo no centro. Daí, a necessidade deles de afastar Deus do
Estado. É mais que Estado laico e engana-se também quem acredita
que querem instalar um Estado ateu: a ideia é ainda mais sórdida. É
colocar o homem no lugar de Deus, uma espécie de antropocentrismo
estatizado. E é isso que se vê na forma esquerdopata de fazer
política.
Com isso, com o apoio do
Estado, a busca da felicidade humana não encontra limites. O
hedonismo passa a ser item necessário ao homem moderno, e este,
livre de qualquer regra moral, passa a relativizar o certo e o
errado. Tudo isso em busca do prazer.
E, como palavras sem
fatos parecem não ter força, a prova de que esse relativismo moral
apoiado pelos ideais progressistas já está sendo posto em prática
é o que o Governo Federal, em seu perfil no Facebook, o “Humaniza
Redes”, postou numa foto onde constava o seguinte texto:
“Mito: Toda pessoa que
abusa de uma criança ou adolescente é pedófilo.
Verdade: Nem todas. A
pedofilia é um transtorno de personalidade caracterizado pelo desejo
sexual por crianças pré-púberes, geralmente abaixo de 13 anos.
Para que uma pessoa seja considerada pedófila, é preciso que exista
um diagnóstico de um psiquiatra. Muitos casos de abuso e exploração
sexual são cometidos por pessoas que não são acometidas por esse
transtorno. O que caracteriza o crime não é a pedofilia, mas o ato
de abusar ou explorar sexualmente uma criança ou um adolescente”.
Qualquer estudante
percebe que o texto afirma existir dois tipos de abusadores: o
criminoso, que abusa ou explora porque quer, sem qualquer “desejo
sexual” e o doente, o pobre coitado que sente o desejo, mas não
consegue controlá-lo e, portanto, deve ser inocentado, presume-se!
Ora, o texto não é novo
e ainda encontra-se disponível na famigerada “Cartilha Educativa
da Campanha de Prevenção à Violência Sexual contra Crianças e
Adolescentes”
(http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/sedh/cartilha_educativa.pdf).
Lá, ainda é possível encontrar uma enxurrada de mentiras à moda
esquerdista progressista, entre outras balelas.
A postagem na forma de
foto foi excluída rapidamente da internet após uma chuva de
críticas. No lugar disso, o Governo buscou se retratar postando
outra foto afirmando que o “Humaniza Redes defende um mundo sem
violência sexual”. Tal frase não reproduz a real intenção do
Governo petista que apoia e incentiva adolescentes a violentarem seus
corpos, permitindo que escolham ao seu bel prazer mudarem de sexo.
Governo este que diz ser contra a violência sexual, mas apoia a
erotização de crianças e adolescentes sob o pretexto de promover a
liberdade sexual de impúberes, expondo-os paradoxalmente à
violência. Que alardeia defender a dignidade da pessoa, mas trabalha
arduamente para aprovar leis abortistas. Governo que não mede
esforços para satisfazer os desejos de seus apoiadores, mas ataca
todo e qualquer que cruze seu caminho, tachando-o de fundamentalista,
abjeto, homofóbico, intolerante, opressor etc.
E os “cristãos
progressistas”, onde estão? No mesmo lugar de sempre, passivos,
calados ante a toda essa perversão, porém, ativos, alertas, prontos
para atacar aqueles que tem coragem, bom senso e um mínimo de temor
a Deus e se levantam contra todas essas sandices. Aliás, temor a
Deus é o que, de fato, “cristãos progressistas” parecem não
ter! Sim, porque está escrito que “o temor do Senhor é o
princípio da sabedoria” e sabedoria é algo que eles demonstram
não ter nem um pouco. Não mesmo!