terça-feira, 3 de maio de 2016

A guerra religiosa entre CIA e KGB na América Latina

Como os EUA apoiaram o avanço protestante contra a Teologia da Libertação promovida por bispos católicos e pela KGB


Julio Severo

A guerra de informação e desinformação da União Soviética e Estados Unidos nos tempos da Guerra Fria não se limitou apenas à esfera política na América Latina. De acordo com dois blogueiros católicos, enquanto a União Soviética apoiava o avanço da Teologia da Libertação, os EUA apoiavam o avanço dos evangélicos e pentecostais.
A União Soviética via a Igreja Católica na América Latina como aliada natural da ideologia marxista e os EUA viam as igrejas evangélicas e pentecostais, que sempre tiveram uma tendência de resistência ao marxismo, como os aliados naturais do governo americano.

Em seu artigo intitulado “La Expansión del Protestantismo Fue Parte del Plan de Guerra de la CIA para América del Sur” (A expansão do protestantismo foi parte do plano de guerra da CIA para a América do Sul), o blogueiro católico Jorge Rondón Santos cita um memorando de 1969 dirigido ao presidente Richard Nixon. O memorando, escrito pelo político republicano Nelson Rockefeller, evangélico batista e vice-presidente dos EUA, disse sobre a América Latina: “A Igreja Católica deixou de ser um aliado de confiança dos Estados Unidos.” Essa informação é confirmada por Wade Clark Roof, na página 84 de seu livro “World Order and Religion” (Ordem Mundial e Religião), publicado em 1991 por SUNY Press. Roof era então professor de religião e sociedade no departamento de estudos religiosos da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, EUA.
Santos disse que Rockefeller e o governo americano apoiaram o avanço protestante na América Latina. A estratégia deles era fazer oposição à Teologia da Libertação promovendo igrejas protestantes que eram rivais da Igreja Católica.
Santos usa como exemplo especial a Guatemala, que de acordo com ele será o primeiro país de maioria evangélica da América Latina. Ele afirma que para fazer oposição a um catolicismo revolucionário devocional, o plano do governo americano foi impulsionar as missões protestantes, “que com um discurso de ‘pão e dólar’ atraíram para si milhares de pessoas pobres nos campos e nas cidades que buscavam poder espiritual.”
José Efraín Ríos Montt, ex-militar e ex-presidente da Guatemala, usava, durante seu governo, a cadeia nacional de rádio e televisão aos domingos para pregar e afirmar que o povo guatemalteco era o “povo eleito” e acusando a Igreja Católica de ser “colaboradora do marxismo,” reclamou Santos. Montt era membro da Igreja Pentecostal Verbo.
A ligação entre missões protestantes e CIA ficou mais exposta na década de 1980, quando vários governos militares latino-americanos expulsaram o Instituto Linguístico de Verão (ligado à Wycliffe Bible Translators), acusando seus missionários de serem agentes da CIA. O governo militar brasileiro, apesar de ser antimarxista e ser bastante pró-EUA, não queria tal intrusão de espiões missionários, especialmente na região amazônica, desconfiando que esses missionários, que eram financiados pelos Rockefellers (empresários capitalistas inescrupulosos), estavam de olho nas riquezas naturais da Amazônia.
Na época, achei uma grande injustiça o governo militar expulsar os missionários americanos e escrevi uma carta de apoio ao Instituto Linguístico de Verão. Eu apoio ainda o trabalho deles, mas só anos mais tarde é que vim a tomar conhecimento, mediante fontes americanas e brasileiras, de que de fato havia e há no Brasil missionários americanos ligados à CIA.
Embora tenha sido muito útil o apoio financeiro, estratégico e logístico de Nelson Rockefeller ao avanço evangélico e pentecostal na América Latina para contra-atacar o avanço esquerdista religioso vindo da Igreja Católica, não se pode deixar de notar também que ele estava por trás do infame NSSM 200, ou Relatório Kissinger, documento secreto do governo dos EUA, elaborado em 1974, que tratava da preservação dos recursos de outros países para os interesses dos EUA tendo como foco a redução populacional desses países. O propósito dessa redução era enfraquecer a oposição aos interesses dos EUA.
O efeito danoso da estratégia de Rockefeller no NSSM 200 é que a meta de redução populacional não atingia somente católicos esquerdistas, mas também os evangélicos e pentecostais que ele dizia apoiar e que foram igualmente vítimas de propaganda e políticas de redução populacional disfarçadas de “planejamento familiar”.
O único acerto de Rockefeller foi identificar a Teologia da Libertação como ameaça. De acordo com o blogueiro católico americano esquerdista Mike Rivage-Seul, em seu artigo “The First Religious War of the 21st Century” (A primeira guerra religiosa do século XXI): “O Relatório Rockefeller de 1969 já identificava a Teologia da Libertação como uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos… O governo [de Ronald Reagan] deu atenção ao aviso, e respondeu de forma tanto militar quanto ideológica.”

De acordo com Rivage-Seul, havia um acordo em que Ronald Reagan ajudaria o Papa João Paulo II na campanha contra o comunismo na Polônia e, em troca, o papa ficaria em silêncio com relação às campanhas americanas contra os católicos esquerdistas latino-americanos. A colaboração papal aconteceu também com a substituição gradual de bispos pró-Teologia da Libertação por bispos conservadores. Mas passadas mais de três décadas, grande ainda é o número de bispos católicos pró-Teologia da Libertação. As substituições foram insuficientes.
A própria luta anticomunista de João Paulo II era imperfeita, pois ele era grande apoiador de Yasser Arafat, fundador da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), entidade islâmica de caráter terrorista que lutava contra o Estado de Israel. Nessa luta, o Vaticano estava mais à vontade com a OLP, que promovia uma versão palestina da Teologia da Libertação.

Hoje, o Vaticano sob o Papa Francisco está muito mais alinhado com a ideologia esquerdista, tendo autorizado o processo de beatificação de Dom Hélder Câmara, fundador da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e patrono da esquerda católica no Brasil.
Como se não bastasse o esquerdismo predominante no catolicismo brasileiro, missionários católicos americanos que vinham ao Brasil traziam a mesma ideologia. Em 2005, foi assassinada no Brasil a freira americana Dorothy Stang, que era adepta da Teologia da Libertação. Alegadamente, ela foi assassinada por atividades políticas e ambientalistas no Brasil desde a década de 1970.
Diante do cenário de guerra religiosa durante a Guerra Fria em que a União Soviética usava os católicos e os EUA usavam os evangélicos e pentecostais, estranha-me então que um blogueiro católico brasileiro tenha dito que “o marxismo é produto do protestantismo,” quando a realidade é que a região mais católica do mundo, a América Latina, tem sido em grande parte um celeiro e aliado do marxismo, enquanto o protestantismo, especialmente as versões pentecostais, tem em grande parte resistido ao marxismo.
Outro católico brasileiro afirma que a primeira sociedade totalitária (de linha marxista) da Idade Moderna foi o protestantismo em Genebra sob Calvino.
Contudo, ao considerar o crescimento populacional latino-americano, especialmente do Brasil, como ameaça à segurança nacional dos EUA, Nelson Rockefeller e o governo dos EUA, conforme evidenciado no NSSM 200, prejudicaram tanto católicos pró-marxismo quanto evangélicos antimarxismo.
O NSSM 200 foi produzido por um governo republicano dos EUA, o governo de Richard Nixon, durante o qual o aborto foi nacionalmente legalizado nos EUA desde a concepção até o parto, em 1973. Aliás, Rockefeller também era do Partido Republicano, que supostamente é conservador e não quer intromissão nos assuntos internos das outras nações.
Embora tenha trazido grandes benefícios para os evangélicos e pentecostais da América Latina (não na questão de controle populacional), a luta desses republicanos de mentalidade mundana em nada ajudou a mudar o destino dos EUA, que têm como atual presidente Barack Obama, muçulmano de criação e posteriormente discipulado numa igreja protestante negra da Teologia da Libertação.
Além disso, o governo americano não deu apoio somente a protestantes (e também católicos) antimarxistas. Durante o governo de Jimmy Carter, que era batista progressista (esquerdista), grande foi o apoio americano ao Conselho Mundial de Igrejas (composto de protestantes esquerdistas) e bispos católicos brasileiros. Documentos colhidos pelo governo de Carter contra o governo militar brasileiro foram usados dois anos atrás pelo governo de Obama para ajudar Dilma Rousseff no fortalecimento de seu governo socialista contra tentativas militares de desestabilizá-la. Mas a desestabilização, e principalmente o impeachment dela, está vindo exatamente de pentecostais, inimigos tradicionais do marxismo e amigos e aliados de governos americanos que sejam honestamente conservadores.
Aliás, pentecostais podem ser amigos e aliados de qualquer governo, independente se americano ou não, que seja honestamente conservador. Se um governante de hoje ousar resistir à tendência politicamente correta de valorizar abortos e “casamentos” gays, ele terá apoio de cristãos conservadores, especialmente pentecostais.

A guerra religiosa de hoje não é mais entre CIA e KBG. Não é mais entre União Soviética e EUA. Agora, é entre valores pró-vida e imposições pró-aborto; valores pró-família e imposição de “casamentos” gays. Os pentecostais estão mais que dispostos a apoiar o lado certo dessa guerra.
Mas os católicos do Brasil, o maior país católico do mundo, continuam confusos ao serem liderados há décadas por uma maioria de bispos pró-Teologia da Libertação.
Os tempos mudaram. Não há mais uma União Soviética. Mas o governo dos EUA, sob Obama, poderia estar mais do que disposto a tirar vantagem da confusão deles, uma confusão que está também tragando os pentecostais cada vez mais hipnotizados pelas versões protestantes da Teologia da Libertação.

domingo, 20 de março de 2016

Ministro João Noronha faz discurso exaltado contra acusações de Lula ao STJ

O tom do discurso do presidente do STJ contra as acusações de Lula incomodou o representante do MPF


Min Noronha
O ministro João Otávio de Noronha, presidente da 3ª turma do STJ, proferiu exaltado discurso na manhã da última quinta-feira, 17, contra as acusações do ex-presidente Lula de que o STJ estaria acovardado. As palavras do ex-presidente foram divulgadas a partir da decisão do juiz Moro de derrubar o sigilo de interceptação telefônica de Lula.
  • Ouça o discurso do ministro Noronha, seguido do abandono da sessão pelo subprocurador-Geral da República na 3ª turma João Pedro de Saboia Bandeira.
Falando em caixa preta que foi aberta pela Lava Jato, Noronha afirmou:
O ex-presidente, nas gravações reveladas por sua voz conhecida, dizia que o STJ estava acovardado. Com a devida vênia, não estamos acovardados. E nunca estivemos. E não estamos acovardados porque colocamos o dedo na ferida para investigar todos aqueles que se dispuseram a praticar atos ilícitos e criminosos. Essa Casa não é uma Casa de covardes, é uma Casa de juízes íntegros, que não recebe doação de empreiteiras. Não se alinha a ditaduras da América do Sul, concedendo benefícios a ditadores e amigos políticos que estrangulam as liberdades. Ontem devia ter saído uma nota desta Casa manifestando sua posição. Mas como não saiu tomo a liberdade de fazê-lo.
É estarrecedor a ironia, o cinismo dos que cometem o delito e querem se esconder atrás de falsa alegada violação de direitos. Não se nega os fatos e porque não tem como negar o que está gravado. Essa Casa tem o perfil de homens isentos, decentes, e se alguns foram indicados por este ou aquele presidente, a eles nenhum favor deve. É estarrecedor ouvir o que ouvi ontem. Não me envergonho de ser brasileiro. Me envergonho de ter algumas lideranças políticas que o país tem. Jamais poderia me calar diante de uma acusação tão grave. Mostra a pretensão ditatorial, o caráter, a arrogância de quem pronunciou tais palavras.
A atitude do juiz Moro, gostem ou não, certa ou errada, revelou a podridão que se esconde atrás do poder. Se alguns caciques do Judiciário se incomodam ou invejam, lamento. Moro não é famoso porque está na imprensa, mas porque julgou uma causa que tinha como partes autoridades brasileiras. O Brasil precisa de muitos Moros e nós do Judiciário temos que garantir a justiça de 1º grau. Pena que a liderança do Judiciário brasileiro tenha se omitido ou está se omitindo na defesa da justiça de 1º grau. É uma crise de liderança que permite este tipo de ataque. A nós cabe a tarefa de garantir a prevalência da ordem jurídica, processando e condenando todos que efetivamente se mostrarem culpados. Nenhum sigilo que se estabelece no processo é em beneficio do réu, e sim da ordem pública, da investigação. E não é o fato deste ou daquele cidadão ter ocupado cargo de presidente da República ou ser ministro que justifique tratamento diferenciado.
O Brasil é maior que todos estes indivíduos, que todos os partidos políticos, que todos os presidentes da República. [Temos que ] saudar o juiz Moro pela coragem e bravura. Que os juízes Federais têm demonstrado a mesma bravura. E continuemos com a coragem de pôr a mão naqueles que denigrem a imagem do Brasil e cometem delitos. Lutamos para que o rico, criminoso, não se torne ministro desta República."

Acreditando que o discurso do ministro Noronha teve conotação política, o subprocurador-geral abandonou a sessão. Antes disso, havia pedido a palavra  e criticou Noronha:

“Com todo apreço que tenho ao sr. presidente, é meu entendimento que a Lei Orgânica da Magistratura não permite que o magistrado use sua cadeira para fazer pronunciamento (…) político partidário como os que acabamos de assistir”, afirmou. “Rui Barbosa disse ‘quando a política entra nos tribunais, a justiça bate as asas e vai embora’.”
Noronha tentou argumentar, mas Bandeira elevou a voz: “estou falando sr. presidente, respeite minha palavra.” E completou:

“Se ela vai embora não tenho o que fazer aqui e me retiro em sinal de protesto. Porque zelo pela lei, não sou de direita, não sou golpista. Vou-me embora e boa sessão para vossa excelência.”
O público presente à sessão saudou o ministro Noronha com palmas pelo discurso, que teve o apoio dos ministros da turma. Moura Ribeiro, inclusive, foi à cadeira do presidente cumprimenta-lo.

Fontes: Migalhas e Jota

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Cleptocracia: dessa forma, o PT teria bala na agulha para comprar eleições até 2038.

A declaração do Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes em entrevista à Globo News foi concedida no final do ano passado, mas ainda ecoa.
Gilmar explicou que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, acabou com o sonho do PT e aliados de se perpetuarem no poder. O ministro do STF disse claramente que o PT abocanhou cerca de R$ 2 bilhões em propina oriunda da Petrobras, conforme as investigações da Polícia Federal, e complementou que esse dinheiro seria para a eternização do PT no poder. Segundo Gilmar, com essa montanha de dinheiro o PT teria bala na agulha para comprar eleições até 2038. 
O ministro chegou a ironizar o PT ao dizer que o partido tinha um  plano perfeito até a Operação Lava Jato, mas que se esqueceu de "combinar com os russos", numa alusão a uma possível declaração do craque futebolista Garrincha mediante uma palestra de seu treinador na Seleção Brasileira que apresentava uma forma infalível para bater a Rússia, possível adversário na Copa.
Gilmar Mendes concluiu que a Operação Lava Jato, na verdade, revelou a forma de governo do PT: cleptocracia.

Cleptocracia é um termo de origem grega, que significa, literalmente, “Governo de ladrões” , cujo objetivo é o do roubo de capital financeiro dum país e do seu bem comum. A cleptocracia ocorre quando uma nação deixa de ser governada por um Estado de Direito imparcial e passa a ser governada pelo poder discricionário de pessoas que tomaram o poder político nos diversos níveis e que conseguem transformar esse poder político em valor econômico, por diversos modos.
Assista a declaração do Ministro Gilmar Mendes sobre a cleptocracia petista!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Pai de família torna-se transgênero, abandona esposa e sete filhos e passa a viver como se fosse uma menininha de 06 anos



Transgênero com sete filhos deixa família para viver como menina de 6 anos

por Flávia Aguiar

Um canadense transgênero deixou sua mulher e sete filhos para trás para começar uma vida nova como uma menina de 6 anos. 
Stefonknee Wolschtt, hoje com 46 anos, era casada há 23 quando descobriu sua transexualidade. Agora na pele de uma garotinha, Stefonknee vive com uma família adotiva e diz não querer ser adulta, ao menos por enquanto.
Stefonknee  com sua ex-mulher e seus filhos antes da transformação
"Não posso negar que fui casada. Não posso negar que tive filhos. Mas segui em frente agora e voltei a ser uma criança", disse ela ao Daily Xtra.
Após a mudança, sua então mulher não conseguiu aceitá-lo da forma como ele passou a se identificar e disse que Stefonknee deveria "parar de ser trans ou ir embora". Foi quando ele saiu de casa para viver com uma família que o abraçou e se sentia confortável com o fato de "ela" ser uma menina de 6 anos.
Segundo Stefonknee, a neta caçula de sua nova família queria uma irmã e por isso se estabeleceu que ela seria a mais nova das duas.
 Stefonknee Wolscht em documentário

Stefonknee Wolschtt agora vive com uma família adotiva, na pele de uma garotinha de 6 anos
"Nós nos divertimos. Nós colorimos, fazemos coisas de criança", explica ela, que chegou a tentar se matar no dia do casamento de sua filha. "Se chama terapia de brincar. Sem medicação, sem pensamentos suicidas. Eu só tenho que brincar."
Stefonknee em uma selfie
Texto adaptado
Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com/pagenotfound/post/transgenero-com-sete-filhos-deixa-familia-para-viver-como-menina-de-6-anos.html

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Impeachment da Dilma: qual a chance jurídica de prosperar?



Escrito por Luiz Flávio Gomes. Publicado em

Como tramita o impeachment?

Um dos máximos escroques da corrupção no país, Eduardo Cunha, anunciou que deferiu a tramitação de um dos pedidos de impeachment de Dilma. A lei 1.079/50 (que regulamenta o assunto) prevê 65 infrações administrativas contra o(a) Presidente(a). É ela que deve ser seguida rigorosamente (conforme decisão recente do STF).
O parecer de Eduardo Cunha (que ele diz ser “técnico”) deve ser publicado no Diário Oficial. Em seguida, deve ser lido no Plenário da Câmara dos Deputados. Ele não tem poder para decidir sobre a abertura ou não do processo de impeachment. Isso compete a uma Comissão Especial.
Logo após essa leitura é preciso então constituir uma Comissão Especial formada por deputados federais, respeitando-se a proporcionalidade do tamanho das bancadas na Casa. Essa Comissão decidirá sobre a pertinência ou impertinência do pedido. Se impertinente ele é arquivado de plano. Se pertinente, começa o direito de defesa.
Colhidas as provas e exercido o direito de defesa plena, compete a essa Comissão emitir um parecer (pela procedência ou improcedência do pedido).
Esse parecer final da Comissão será votado pelo Plenário. A aprovação da acusação formal contra a Presidente(a) necessita de 342 votos (2/3 da Casa) para ser aprovada. Havendo deliberação positiva, automaticamente a Presidente(a) fica afastada das suas funções, por 180 dias.
A acusação formal será enviada ao Senado, a quem compete, sob a presidência do Presidente do STF, a decisão final do impeachment. Também no Senado são necessários os votos de 2/3 (54 senadores) para a condenação.
As penas que podem ser impostas são a de perda do mandato e inabilitação política por 8 anos. Nesse caso assume o governo o vice-presidente, para cumprir o restante do mandato. Não há que se falar, nessa situação, em novas eleições gerais.
Se o vice-presidente também ficar impedido para o exercício da presidência aí temos o seguinte: (a) se isso ocorrer nos 2 primeiros anos do mandato, teremos novas eleições gerais diretas; (b) se isso ocorrer nos últimos 2 anos, cabe ao Congresso escolher o novo Presidente da República. O presidente da Câmara assume interinamente para promover essa eleição “tampão”.
O presidente da República jamais pode ser preso enquanto não for condenado criminalmente pelo STF em sentença com trânsito em julgado. Por crimes estranhos a suas funções, o presidente não pode responder durante o mandato.

Por qual motivo Cunha admitiu a tramitação do impeachment?

O presidente da Câmara “disse que, apesar de haver dúvidas sobre esse ponto entre juristas, ele manteve o entendimento de que não seria possível abrir um processo de impeachment com base em fatos do primeiro mandato da presidente (2011-2014)”.
Sua decisão foi então baseada “nos decretos presidenciais deste ano que autorizaram um aumento de gastos do governo apesar de já haver a previsão de que a meta de superávit (economia para pagar juros da dívida) poderia não ser atingida”. São as famosas “pedaladas fiscais”.
http://www.robsonpiresxerife.com/wp-content/uploads/2015/08/dilma-tcu.jpg
Nenhum outro motivo, neste processo, pode mais ser discutido. A polêmica jurídica vai girar em torno desse pedido (desse ponto). Qualquer outro motivo para o impeachment deve ser objeto de outros pedidos.
Ao mesmo tempo em que Cunha anunciava a tramitação do impeachment, o Congresso Nacional aprovava o projeto de lei que autoriza o governo a fechar o ano com déficit no Orçamento. Com base nessa nova lei é possível que o PT vá ao STF para aniquilar a tramitação do impeachment no seu nascedouro. Leia-se: o governo Dilma, agora, está autorizado a fechar o ano com déficit. O excesso de gastos do governo virou “déficit autorizado” pelo Congresso. Lei favorável, retroage. Eventuais irregularidades nos gastos podem ter sido “anistiadas” (do ponto de vista da responsabilidade fiscal). A polêmica jurídica está apenas começando.
Pelas razões que acabam de ser ventiladas, não há como deixar de concluir que, do ponto de vista jurídico, o fundamento do pedido de impeachment é discutível (eu particularmente lamento muito, porque gostaria de ver o governo do PT fora do poder). O ideal seria que houvesse um fundamento jurídico com indiscutível consistência e, ademais, que a tramitação não tivesse sido autorizada por um dos maiores mentirosos e corruptos da República Velhaca (1985-2015).
Do ponto de vista político pode ser que aconteçam manifestações populares. Precisam ser robustas para levar a Presidente(a) à renúncia (algo que o povo da Guatemala conseguiu faz pouco tempo em relação ao seu presidente acusado de corrupção).

Necessidade de uma faxina geral
https://blogdoonyx.files.wordpress.com/2011/12/faxina_mal_feita_da_dilma.jpg?w=504&h=438O Brasil, no quarto governo lulopetista, virou um caos. Está à beira de um colapso, que é a antessala do abismo. O baixíssimo índice de popularidade de Dilma e a situação econômica do País sinalizam que temos que nos livrar desse governo o quanto antes, mas não estou conseguindo ver, com o PMDB no poder, luz no fim do túnel. Ele (com Cunha, Lobão, Renan etc.) faz páreo duro ao lulopetismo em termos de desavergonhada corrupção. Tampouco os atuais partidos de oposição (PSDB, DEM etc.) possuem um plano sustentável de governo.
Os políticos “mafiosamente profissionais” da República Velhaca (1985-2015) não nos passam confiança. A crise econômica tende a atingir seu ápice em 2016. Sem uma faxina geral na escória governante e dominante (política, empresarial, bancária e administrativa), o Brasil nunca será passado a limpo (correndo o risco de ser um país do futuro daqui a 50 anos). Nós, brasileiros, somos também responsáveis pela nação. Não podemos ficar inertes. Precisamos descobrir o que há de novo em alguns pouquíssimos políticos antigos (faxinando o restante) e tomar muito cuidado com o que há de antigo inclusive em políticos novos.

Fonte: http://luizflaviogomes.com/impeachment-da-dilma-qual-a-chance-juridica-de-prosperar/

Sobre o autor


Luiz Flávio Gomes

Luiz Flávio Gomes é professor e jurista, Doutor em Direito pela Universidade Complutense de Madri e Mestre em Direito Penal pela USP. Exerce o cargo de Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Atuou nas funções de Delegado, Promotor de Justiça, Juiz de Direito e Advogado. Atualmente, dedica-se a ministrar palestras e aulas e a escrever livros e artigos sobre temas relevantes e atuais do cotidiano.

domingo, 15 de novembro de 2015

Financial Times defende o impeachment

O Financial Times passou a torcer pelo impeachment.
O jornal sempre disse que a queda de Dilma Rousseff aumentaria a instabilidade da economia brasileira.
O editorial publicado hoje diz o oposto:
“Otimistas com o Brasil? Jura?
A moeda brasileira caiu mais de 30 por cento em um ano. As taxas de juros estão em 15 por cento, 9 por cento dos quais devorados pela inflação. O desemprego está subindo. A economia está encolhendo. E, se isso não bastasse, o Brasil também está sofrendo o maior escândalo de corrupção de todos os tempos.
O Brasil está mal. Mas algumas coisas revelaram-se melhores do que se esperava.


Em particular, o sistema judiciário, o Ministério Público, o TCU e a Polícia Federal. Eles têm investigado, processado e até prendido líderes empresariais e políticos envolvidos em corrupção; figuras que, até pouco tempo atrás, eram tidas como intocáveis. O velho ditado brasileiro de que a maioria das investigações e procedimentos penais "acaba em pizza” não foi aplicado.
Qual será a próxima etapa? Há três cenários plausíveis.
Em primeiro lugar, a estagnação. Na falta de uma liderança clara, o Brasil pode sofrer três anos de deriva até a próxima eleição. Isso seria doloroso, levando ao aumento do desemprego e alta inflação.
Em segundo lugar, um líder populista poderia surgir e ganhar a eleição em 2018, prometendo muito, mas realizando pouco. De certa forma, isso marcaria um retorno à volatilidade econômica e à hiperinflação dos anos 1980.
Finalmente, o Congresso pode cassar o mandato de Dilma Rousseff (ou ela pode se demitir). Isso permitiria acelerar o retorno a políticas fiscais sólidas, mas socialmente inclusivas”.


Sim, FT, o impeachment é o melhor cenário

Fonte: O Antagonista

sábado, 14 de novembro de 2015

Mentiras úteis, indignação conveniente

As autoridades norte-americanas dão um ótimo exemplo do que é ser cara-de-pau! Primeiro, dizem que não há provas de que os atentados dessa sexta-feira, em Paris, foram cometidos pelo grupo “Estado Islâmico”. Agora, afirmam que a culpa desses mesmos ataques é do governo de Bashar al Assad, na Síria!
 
 
Ora, é muito cinismo! O governo do presidente norte-americano, o muçulmano Barack Hussein Obama, luta veementemente contra o governo de Bashar al Assad que por sua vez combate o EI, que é auxiliado por quem? Isso mesmo, pelo todo-poderoso mister Obama, no melhor (ou pior) estilo, “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”.


 
Na verdade, os Estados Unidos, além de armarem o EI, se recusaram a ajudar Síria no combate ao grupo e as supostas investidas contra o grupo está muito longe ser uma ajuda contra o terror ( link ). Ou seja, deixam claro que não há um interesse de Obama de combater seus irmãos de fé, os radicais muçulmanos, nem do EI, nem de outros grupos rebeldes, verdadeiros aliados em seu plano diabólico de ver Bashar al-Assad fora da presidência da Síria.

 
Outro absurdo é a consternação em massa pelos, até agora, 129 mortos pelos ataques dessa última sexta-feira na França. Não! Não é o caso de olharmos friamente e ficarmos insensíveis diante desse caso. Mas, e no tocante aos 220 mil cristãos mortos na Síria por grupos islâmicos? Sim! DUZENTOS E VINTE MIL cristãos! Não duzentas e vinte, nem duas mil e duzentas, mas DUZENTAS E VINTE MIL pessoas! Todas condenadas e executadas pelo simples fato de não serem muçulmanas, de não confessarem Alá como seu deus e Maomé como profeta.
Ah! Mas, nem todas esses cristãos foram mortos! Não. Milhares de mulheres foram vendidas como escravas após, obviamente, serem estupradas. Crianças também tiveram destinos semelhantes…

Enquanto a comunidade europeia se mobiliza e o mundo ocidental se indigna com os acontecimentos na França, tanto os de agora, quanto os de outrora, com mobilizações nas redes sociais, não se pode dizer o mesmo em relação ao genocídio de cristãos no Oriente Médio. Tal barbárie não causou indignação extrema, nem nas autoridades mundiais, nem nas nações vizinhas ou distantes, nem nas redes sociais… Uma manifestação aqui ou ali de alguma agência de notícias pela internet… Só!

Duzentas e vinte mil pessoas… Quase uma “Itabuna” abatida, prostrada, afogada no próprio sangue… Vítimas da “fé alheia”, da obediência cega a um “semideus”pervertido que deixou bem claro aos “fiéis”: “Infundiremos terror nos corações dos incrédulos, por terem atribuído parceiros a Deus, sem que Ele lhes tivesse conferido autoridade alguma para isso.” (Alcorão 3: 151) Ou seja, de acordo com esse versículo que faz referência ao Cristianismo, já bem difundido naquela época, o mesmo deve ser combatido e seus seguidores (os cristãos) devem ser aterrorizados, bem como os demais seguidores doutras religiões indubitavelmente politeístas.

Diante de tal quadro, é necessário, como cidadãos dos céus, orarmos pelos muçulmanos para que seus olhos sejam abertos e reconheçam o Cristo como único Senhor e Salvador. Porém, como cidadãos ainda desta terra, não podemos nos calar, mas combater as mentiras e o engano que os “bons moços” tentam passar e nos indignarmos contra esses males usando nossa boa consciência e nossa voz!